Para iniciarmos essa jornada, sugiro a leitura de alguns pensamentos que podem iluminar nossa caminhada. São opiniões de católicos, protestantes e sociólogos, todos estudiosos do campo religioso brasileiro.
“Quanto maior a liberalização do mercado religioso, esse outro nome sociológico da liberdade religiosa, tanto mais dinamizada fica a concorrência entre as agências de salvação. Isso força as empresas de bens religiosos a produzirem (depressa) resultados palpáveis, seja para os clientes, seja para si mesmas. Para os clientes, os resultados buscados devem aparecer no mínimo sob a forma de experiências religiosas imediatamente satisfatórias – o êxtase, o transe, o júbilo, o choro, o alívio, enfim, a emoção – ou terapeuticamente eficazes, e, no máximo, sob a forma de prosperidade econômica real; para as empresas religiosas (igrejas e cultos), os resultados visados se põem em termos de crescimento e faturamento da organização, expansão da clientela, fixação mercadológica de suas marcas diferenciais e popularidade das lideranças-ícone”. (Antônio Flávio Pierucci, citado em “Matriz Religiosa Brasileira”, de José Bittencourt Filho. Ed. Vozes).
“Por fim, um novo “mercado da fé” se instala e ameaça, em profundidade, as igrejas da tradição católica e da Reforma. Em muitos momentos, não está diretamente em questão nem o Evangelho de Jesus, posto que algumas dessas denominações se chamem cristãs, nem mesmo a Deus, embora se fale de religião e fé. Busca-se responder com oferta de bens simbólicos às necessidades imediatas e materiais das pessoas mais sofridas, sem, porém, modificar a realidade objetiva causadora de tais sofrimentos”. (João Batista Libânio, no prefácio de “Teologia Prática no Contexto da América Latina, de Christoph Schneider-Harpprecht (org.). Ed. Sinodal).
“Nossas igrejas estão perdendo a iniciativa de missão e entraramem crise. E me referi a duas causas desse malogro: (1) o fato de que a igreja é parte integral da ordem dominante da cristandade ocidental, e assim está orientada para a preservação do sistema estabelecido e não para sua transformação; e (2) a totalidade da estrutura da igreja, que se desenvolveu através dos séculos nesse contexto, representa uma instituição estável e acomodada na sociedade. Seu ministério profissional e a natureza do seu programa encontram-se unidos na criação de uma comunidade que ministra os interesses e as necessidades de um povo cuja maioria apenas deseja sentir-se em casa nessa sociedade e não a ser desafiada a comprometer suas vidas na sua transformação no Reino de Deus”. (Richard Shaull, num Encontro de Seminaristas em 1958, sobre o tema “A crise atual na missão da igreja”, citado no livro “Surpreendido pela graça”, de autoria do próprio. Ed. Record).
O que estes textos dizem para você?
“Quanto maior a liberalização do mercado religioso, esse outro nome sociológico da liberdade religiosa, tanto mais dinamizada fica a concorrência entre as agências de salvação. Isso força as empresas de bens religiosos a produzirem (depressa) resultados palpáveis, seja para os clientes, seja para si mesmas. Para os clientes, os resultados buscados devem aparecer no mínimo sob a forma de experiências religiosas imediatamente satisfatórias – o êxtase, o transe, o júbilo, o choro, o alívio, enfim, a emoção – ou terapeuticamente eficazes, e, no máximo, sob a forma de prosperidade econômica real; para as empresas religiosas (igrejas e cultos), os resultados visados se põem em termos de crescimento e faturamento da organização, expansão da clientela, fixação mercadológica de suas marcas diferenciais e popularidade das lideranças-ícone”. (Antônio Flávio Pierucci, citado em “Matriz Religiosa Brasileira”, de José Bittencourt Filho. Ed. Vozes).
“Nossas igrejas estão perdendo a iniciativa de missão e entraram
O que estes textos dizem para você?
Graça e Paz, Pastor!
ResponderExcluirMe dizem... que a gente está - hoje -
prestando atenção às palavras de Shaull
com meio século de atraso.
Mas, se não atentamos para as palavras
do Nazareno, que expectativa de retorno
nossas prédicas devem ter?
Um abraço fraterno,
Elias Aguiar